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  A ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS COM MALBA TAHAN

Ana Paula dos Santos Lima 1

A TRAJETÓRIA DE MALBA TAHAN

Júlio César de Mello e Souza nasceu em Niterói, no Rio de Janeiro, em 6 de maio de 1895, o quinto de nove filhos do casal João de Deus de Mello e Souza, professor e funcionário do Ministério da Justiça, e D. Carolina Carlos de Mello e Souza ou D. Sinhá, professora. Passou sua infância, junto com seus oito irmãos, em Queluz, uma pequena e agradável cidade serrana, às margens do Rio Paraíba do Sul e da Rodovia Presidente Dutra, quase na divisa de São Paulo com o Rio de Janeiro, onde fez o curso primário.
Em 1906, aos dez anos, foi enviado pelo pai ao Rio, onde deveria se preparar para o Colégio Militar. Coube ao seu irmão mais velho, João Batista, tarefa de orientá-lo e mais que isso, fazê-lo estudar. Preocupado, escreveu certa vez ao pai informando sobre Júlio César: - Não sei como o Julinho vai se sair no exame: escreve mal e é uma negação em matemática (tirou notas vermelhas). Contrariando as previsões pessimistas do irmão, Júlio César ingressou no Colégio Militar, onde permaneceu até 1909 quando se transferiu para o Colégio Pedro II, e, posteriormente, fez o curso de Professor Primário na antiga Escola Normal, do então Distrito Federal.
Em 1913, matriculou-se na Escola Politécnica, tendo concluído o curso de Engenharia Civil, mas nunca exerceu a profissão.
Iniciou suas atividades profissionais como servente e auxiliar interino da Biblioteca Nacional, privilegiada oportunidade de conviver com milhares de livros. A sua carreira de professor começou nas turmas suplementares do Externato do Colégio Pedro II. Depois, assumiu a docência na Escola Normal. Lecionou para menores carentes.
Tornou-se mais tarde catedrático do Colégio Pedro II, do Instituto de Educação, da Escola Normal da Universidade do Brasil e da Faculdade Nacional de Educação, onde recebeu o título de Professor Emérito. Antes de ser professor de Matemática, lecionou História, Geografia e Física, tendo exercido brilhantemente sua profissão durante mais de sessenta anos.
Para abraçar a carreira de magistério, Júlio César fez curso de teatro com Procópio Ferreira e, mais que um professor, se tornou um ator. Explorou o interesse lúdico da juventude para introduzir nas aulas, conferências e livros que escreveu uma nova didática da matemática.
Durante seus quase oitenta anos ministrou cursos e mais de duas mil palestras para professores e estudantes, especialmente normalistas. Em 1954 esteve em Fortaleza proferindo palestras no Colégio Militar, no Instituto de Educação e no Clube Líbano.
Julio César foi ainda apresentador de programa nas rádios Nacional, Clube e Mairynk Veiga do Rio e da TV Tupi (Rio) e Canal 2 (atual TVC - São Paulo).
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Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação: Intelectuais da Educação, Instituições Educacionais e Práticas Escolares – Núcleo de Pós-Graduação em Educação / Universidade Federal de Sergipe –UFS. paulinhampb@bol.com.br/ paulinhampb@zipmail.com.b

Com o seu pseudônimo, que foi criado para furar o bloqueio dos jornais, que davam mais destaque a artigos de estrangeiros. Júlio César propunha problemas de Aritmética e Álgebra com a mesma leveza e encanto dos contos das Mil e Uma Noites. Com sua identidade real, foi um criativo e ousado professor, que estava muito além do ensino exclusivamente teórico e expositivo da sua época, do qual foi um feroz crítico. "O professor de Matemática em geral é um sádico", acusava. "Ele sente prazer em complicar tudo”.
Com relação à importância de Malba Tahan, o Brasil vem esquecendo da contribuição relevante desse professor, que usava o pseudônimo de Malba tahan para publicar suas obras.No ano do centenário de seu nascimento, apenas as Revistas Superinteressante e Nova Escola lhe homenagearam. Seu livro mais famoso, o Homem que Calculava, que já ultrapassou a 55ª edição, um dos maiores sucessos editoriais de todos os tempos no país, vendeu mais de dois milhões de exemplares, foi traduzido para o alemão, o inglês, nos Estados Unidos e na Inglaterra, o Italiano, o espanhol e o catalão. O Homem que Calculava é indicado como livro paradidático em vários países, citado na Revista Book Report e em várias publicações.
Quando tinha 23 anos, e era colaborador do jornal carioca O lmparcial, entregou a um editor cinco contos que escrevera. A [papelada ficou jogada vários dias sobre uma mesa da redação. Sem fazer nenhum comentário, Júlio César pegou o trabalho de volta. Entregou os contos novamente ao editor, dizendo que acabara de traduzí-los e que faziam grande sucesso em Nova York. O primeiro deles, A Vingança do Judeu, foi publicado já no dia seguinte - e na primeira página. Os outros quatro tiveram o mesmo destaque].
Seu nome ficou tão identificado com a face mais amigável dos números que a data de seu aniversário, 6 de maio, foi considerado pelo Congresso o Dia Nacional da Matemática. A lei foi proposta e aprovada por professores da matéria que vêem em Malba um exemplo a ser seguido e uma fonte inesgotável de idéias para suas aulas.
Os princípios desse modo diferente de dar aula são bem simples e o próprio Malba se encarregou de enunciá-los no livro Antologia da Matemática: "Deve-se ensinar bem o fácil, o que é básico e fundamental; insistir nas noções conceituais importantes; obrigar o estudante a ser correto na linguagem, seguro e preciso em seus cálculos, impecável em seus raciocínios". Tudo que possa cheirar a chatice e obscuridade deve ser evitado ao máximo. “Malba Tahan encerrava as aulas propondo aos alunos um desafio matemático, do gênero que fez o sucesso de seus livros”.
Numa época em que as escolas cultivavam o medo diante do professor e uma Matemática que parecia se destinar apenas a uns poucos "iluminados", Malba defendia exatamente o oposto. E ainda atacava os "algebristas", acadêmicos que se dedicavam ao que o escritor chamava de "o inútil da Matemática". Eles eram os responsáveis por definir os currículos e os livros didáticos daquele tempo, além das questões dos exames públicos, que Malba não cansava de ridicularizar. Uma delas: "Dona Rosinha comprou 5 milésimos de tonelada de manteiga a 6 cruzeiros cada hectograma. Quanto gastou?" Para Malba, "só um paranóico pediria manteiga assim".
Exímio contador de histórias, o escritor árabe Malba Tahan nasceu em 1885 na aldeia Demuzalit, Península Arábica, perto da cidade de Meca, um dos lugares santos da religião muçulmana, o islamismo. A convite do emir Abd el-Azziz Ben Ibrahim, assumiu o cargo de queimaçã (prefeito) da cidade árabe de El-Medina. Estudou no Cairo e em Constantinopla. Aos 27 anos, recebeu grande herança do pai e iniciou uma longa viagem pelo Japão, Rússia e Índia. Morreu em 1921, lutando pela libertação de uma tribo na Arábia Central.
A melhor prova de que Malba Tahan foi um magnífico criador de enredos é a própria biografia de Malba Tahan. Júlio César, esse genial professor, educador, pedagogo, escritor e conferencista era assim, um escritor possuído por incontrolável imaginação. Precisava apenas inventar um pseudônimo, mas aproveitava a ocasião e criava um personagem inteiro.
Um dos maiores incentivadores da carreira de Júlio César de Mello e Souza foi o seu pai, João de Deus de Mello e Souza. Ou, explicando melhor, a modesta mesada que seu pai lhe dava nos tempos de colégio. Funcionário do Ministério da Justiça e com uma escadinha de oito filhos para criar, João de Deus não podia fazer milagres. O dinheiro era contadinho. Para comprar uma barra de chocolate, por exemplo, o jovem Júlio César economizava na condução durante o final de semana.
Nessa época Júlio descobriu a mina de ouro que tinha nas mãos. Um dia, um colega de classe mais endinheirado, mas fraco em escrita, pediu-lhe uma redação que desprezara, Esperança. Em troca, deu ao autor um selo do Chile e uma pena de escrever nova em folha. Era o início de um lucrativo negócio. Depois do episódio, para cada tema lançado pelo professor, o criativo Júlio César fazia quatro, cinco redações e as vendia a 400 réis cada.
A família já conhecia seu gosto pela literatura, mas tinha suas dúvidas. "Quando compunha uma historieta, era certo o Júlio criar personagens em excesso, muitos dos quais não tinham papel nenhum a desempenhar, dando-lhes nomes absurdos, como Mardukbarian, Protocholóski, Orônsio", conta o irmão mais velho do escritor, João Batista, no seu livro Meninos de Queluz, em que lembra a sua infância e a de Júlio César.
Júlio César aprendeu a lição e decidiu que iria virar Malba Tahan. Nos sete anos seguintes, mergulhou nos estudos sobre a cultura e a língua árabes. Em 1925, decidiu que estava preparado. Procurou o dono do jornal carioca A Noite, Irineu Marinho, fundador da empresa que se tornaria as atuais Organizações Globo. Marinho gostou da idéia. Contos de Mil e Uma Noites foi o primeiro de uma série de escritos de Malba Tahan para o jornal. Detalhista Júlio César providenciou até mesmo um tradutor fictício. Os livros de Malba Tahan vinham sempre com a "tradução e notas do prof. Breno Alencar Bianco".
Júlio César viveu sem se dar conta do patrimônio cultural que construíra. Em um depoimento ao Museu da Imagem e do Som, declarou-se profundamente arrependido de não ter seguido a carreira militar, como queria seu pai. "Eu estaria hoje marechal, calmamente de pijama, em casa", imaginava. "Não precisaria estar me virando na vida”.
Desde menino, Júlio César de Mello e Souza tinha suas manias. Algumas completamente malucas, como manter uma coleção de sapos vivos. Quando vivia em Queluz, às margens do Rio Paraíba do Sul, Júlio César chegou a juntar 50 sapos no quintal da sua casa. Um dos animais, o Monsenhor, costumava acompanhá-lo, aos saltos, por suas andanças na região. Adulto, o professor Júlio César continuou a coleção, dessa vez com exemplares de madeira, louça, metal, jade e cristal.
Outras preocupações eram bem mais sérias. Ele sempre se entregou de corpo e alma à causa das vítimas da lepra, os hansenianos. De cabeça aberta e sem preconceitos, Júlio César de Mello e Souza editou durante 10 anos a revista Damião, que pregava o reajustamento social desses doentes. A dedicação de Júlio César era tão grande que, no seu testamento, pediu que lessem, à beira do seu túmulo, uma última mensagem de solidariedade aos hansenianos.
Malba Tahan, em árabe, quer dizer o "Moleiro de Malba". Malba é um oásis e Tahan, o sobrenome de uma aluna, Maria Zechsuk Tahan. Por deferência do presidente Getúlio Vargas, o professor (ao lado, em aula) pode usar o pseudônimo na carteira de identidade. Ele gostava de vistar os trabalhos escolares carimbando o "Malba Tahan" escrito em caracteres árabes.

Acervo da família      

UM PROFESSOR

Malba Tahan, o gênio da Matemática, foi um desastre completo nos números quando era o aluno Júlio César de Mello e Souza, do Colégio Pedro II, no Rio. Nessa época, seu boletim registrou em vermelho uma nota dois, em uma sabatina de Álgebra, e raspou no cinco, em uma prova de Aritmética.
Qual seria a causa de um desempenho tão fraco para alguém que viria a se apaixonar pela Matemática? Com certeza, Júlio César não gostava da didática da época, que se resumia a cansativas exposições orais. Mal-humorado, classificou-a mais tarde como O "detestável método da salivação".
Ao longo da sua vida, nas aulas para normalistas ou nos livros que escreveu, Júlio César defendia o uso dos jogos nas aulas de Matemática. Enquanto os outros professores usavam apenas o quadro-negro e a linguagem oral, ele recorria à criatividade, ao estudo dirigido e à manipulação de objetos. Suas aulas eram movimentadas e divertidas.
Malba Tahan, estava muito além de seu tempo, o resgate da sua didática pode revolucionar o ensino, acredita. Ainda hoje, o ensino tradicional da Matemática é responsável por metade das repetências.
Em sala de aula, Júlio César não dava zeros, nem reprovava. "Por que dar zero, se há tantos números?", dizia. Dar zero é uma tolice: O professor encarregava os melhores da turma para ajudar os mais fracos. Em junho, julho, estavam todos na média, garantiu no depoimento ao Museu da Imagem e do Som.
Hoje, as atividades lúdicas são muito valorizadas, mas naquela época eram vistas como uma afronta aos métodos tradicionais vigentes.
Carismático Júlio César encantava os alunos. Mas nem todos se sentiam à vontade com a sua informalidade. Os tradicionalistas eram absolutamente contrários a Malba Tahan e ao seu interesse pelo cotidiano da Matemática.
Júlio César foi professor de História, Geografia e Física até dedicar-se à Matemática. Sua fama como pedagogo se espalhou e ele era convidado para palestras em todo o país. A última foi em Recife, no dia 18 de junho de 1974, quando falou para normalistas sobre a arte de contar histórias. De volta ao hotel, sentiu-se mal e morreu, provavelmente de enfarte.
Júlio César deixou instruções para seu enterro. Não queria que adotassem luto em sua homenagem. Citando o compositor Noel Rosa, explicou o porquê: "Roupa preta é vaidade/ para quem se veste a rigor/ o meu luto é a saudade/ e a saudade não tem cor".
A PRESENÇA DE MALBA TAHAN EM ARACAJU COM O CURSO A “ARTE DE CONTAR HISTÓRIAS”

De acordo com Graça (1997), em 1959 todas as professoras da rede de ensino municipal e estadual, fizeram um curso que durou duas semanas, com o eminente professor Malba Tahan. Nesse curso que contou com o apoio do governo municipal e Inspetoria Seccional do Ensino Secundário e da Faculdade Católica de Filosofia, foi além da metodologia para as atividades matemáticas, professor Malba Tahan trabalhou a “arte de contar histórias”.
De acordo com Celina Lima – ex – diretora da Inspetoria Seccional do Ensino Secundário, “Foi um grande momento para a educação de Sergipe. Malba Tahan era muito famoso, até no exterior, e nós conseguimos traze-lo para cá. O Instituto Histórico ficou repleto de professores, mas ele ficou mais com o pessoal da Prefeitura”.
Embora não fosse caracterizado como um escolanovista, a didática proposta por Malba Tahan, continha substâncias, elementos dessa corrente pedagógica. O curso foi ministrado para um público muito grande, transcendendo os limites do professorado municipal. Ainda que não tenhamos notícia dos resultados na prática docente, mediante um acompanhamento sistemático da Diretoria de Educação, é possível inferir que alguns professores tenham absorvido parte das idéias do ministrante e, com isso, promovido novas reflexões na prática pedagógica. De qualquer modo, significou um passo importante rumo à qualificação e atualização do corpo docente da rede municipal de ensino.
Muito raramente uma professora lotada no jardim até, pelo menos a década de 60, qualquer experiência ou curso de educação infantil. Por isso o treinamento se dava em serviço - a mais antiga ensinava a recém chegada. A professora Lúcia Melo, que dirigiu a escola por mais de 15 anos, atendia a essa carência, de cursos na área pedagógica naquela época, ela mesma “capacitava”, as professoras passando seus conhecimentos e sua experiência.
O Jardim “José Garcez Vieira”, passou por um grande momento, no final da década de 60, as professoras do jardim freqüentaram um curso sobre o método “Casinha Feliz” promovido pelo Jardim “Augusto Maynard”.Até provavelmente, finais da década de 70, não se trabalhava com temas geradores, apenas se ressaltavam as datas comemorativas, principalmente as cívicas e religiosas.

O PRIMEIRO JARDIM DE INFÂNCIA MUNICIPAL DE ARACAJU JOSÉ GARCEZ VIEIRA

Em Sergipe, o jardim de infância surgiu dentro do movimento da Escola Nova desde a década de 20. Mas foi nos anos 30 que a idéia se concretizou com a criação da Casa da Criança de Sergipe.
No dia 10 de novembro de 1944 foi inaugurado o primeiro Jardim de Infância Municipal de Aracaju, o Centro Municipal de Assistência à Criança. Numa solenidade concorrida, com a presença do Interventor Federal.Augusto Maynard Gomes e diversas autoridades, o prefeito José Garcez Vieira cortou a fita inaugural e conduziu os presentes para as modernas e amplas dependências do jardim.Sobre esse acontecimento expressivo para a sociedade sergipana, assim se expressou o Sergipe Jornal: “Sua Senhoria numa alta e perfeita compreensão dos postulados modernos e democratizantes, está construindo, num bairro operário, um grande centro de assistência à criança pobre, tendo inaugurado ontem uma parte do conjunto, ou seja, o Jardim de Infância”.
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De acordo com a professora Lúcia Melo, o Jardim de Infância José Garcez Vieira, teve um grande significado para a população do bairro Siqueira Campos. Era também considerado “o cartão de visitas” do município de Aracaju – onde os prefeitos levavam ilustres visitantes de outros Estados do Brasil.
Em 1960, por ocasião das eleições presidenciais, a filha do Marechal Teixeira Lott esteve visitando o Jardim acompanhado pelo prefeito José Conrado de Araújo e comitiva. Foi “condignamente” homenageada pelas crianças e professoras
Com a criação do Jardim, ocorreu o primeiro concurso público da rede municipal de ensino. Em obediência ao Decreto-Lei nº 1002/39 2 do Governo Federal, o prefeito de Aracaju, através do Decreto nº 15 de 24 de março de 1945 nomeou a comissão julgadora composta por professores de destacada atuação no cenário educacional sergipano: Adel da Silva Nunes, Genaro Plech, Maria Leonar da Rocha Matos, Sinésia Oliveira e Maria Blandina de Souza. O funcionário Pedro Teles de Souza, espécie de líder sindical dos servidores municipais, foi nomeado secretário.
Segundo a professora Lúcia Melo, uma das aprovadas, o concurso público municipal se constituiu numa análise do currículo e, principalmente, numa aula pública.

De 50 a 64 não se tem notícia de qualquer concurso na rede municipal. O único concurso registrado foi realizado na administração de José Garcez Vieira, para o recrutamento de professoras para o Jardim de Infância em 1945. A lei estabeleceu a formação de uma banca examinadora composta de professores de comprovado reconhecimento público. Seis professoras aprovadas e admitidas pela prefeitura. A documentação disponível revela a contratação de professores pelos sucessivos governos. Como tão somente alguns poucos contratos ressaltam “a normalista diplomada”, somos levados a crer que o contingente de professores leigos veio se formando ao longo da constituição da rede pública municipal de ensino. (GRAÇA, 1996, p.81).

Na década de 40 a realidade educacional era precária. Sergipe entrou nesse período com 72,6 por cento da sua população analfabeta. Existiam apenas 536 escolas públicas primárias (escolas isoladas com apenas uma única sala), sendo 358 estaduais e 178 municipais, com uma matrícula total de 21.810 alunos. Haviam ainda cerca de 120 escolas particulares e apenas 2 instituições de educação infantil – o Jardim “Augusto Maynard” e a escola da LBA. Muitas crianças e jovens encontravam-se fora da escola e, como vimos, o índice de analfabetismo era alarmante. O Documento produzido em 1941 pelo Departamento de Educação do Estado indica que em Aracaju, existiam 41 escolas isoladas estaduais, 64 escolas particulares e apenas 7 escolas municipais, todas isoladas. 3

Em de 1932 foi inaugurada a primeira instituição de educação para a infância de Sergipe sob a responsabilidade do poder público. A solenidade de inauguração foi prestigiada por representantes da sociedade e autoridades políticas.(LEAL, 2004, p. 22).

A criação do referido Jardim de Infância, em Aracaju, deu-se no governo de Augusto Maynard Gomes, Interventor Federal que apoiou a diligência de jovens professoras da capital sergipana e oficializou a criação do estabelecimento. Essa instituição é popularmente conhecida como “Jardim de Dona Bebé, numa alusão à professora Izabel Tiúba que foi sua professora e diretora por 28 anos”.
O Jardim de Infância Augusto Maynard, antes denominado “Casa da Criança”, é um exemplo de desenvolvimento de um novo caráter educativo brasileiro. O Estado encontrava-se em fase de maior desenvolvimento urbano e industrial. Surge, neste contexto, a preocupação em adequar a educação a padrões e aos novos ideais que foram sendo incorporados ao sistema de ensino, inclusive à educação para crianças.

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2 O Decreto n° 15 de 24.03.45 designa a Comissão Julgadora; O Decreto nº 17 de 10.04.45 e o Decreto nº 39 de 30.07.45 nomeiam sete professoras de classe e uma professora recreadora.

3 Quadro Demonstrativo dos Grupos Escolares, Escolas Reunidas, Escolas Isoladas, Estaduais, Municipais e Particulares e nomes dos Respectivos Professores. Governo de Sergipe. Departamento de Educação. Imprensa Oficial. Aracaju, abril, 1941.

  

O COTIDIANO DAS CRIANÇAS NO JARDIM DE INFÂNCIA

A faixa etária atendida pelo Jardim era de 4 a 6 anos e a procura era muito grande. Trabalhos com manipulação e linguagens eram muito freqüentes Uma das coisas que mais se fazia era contar histórias. Algumas delas eram depois dramatizadas. As pequenas peças teatrais contavam com muita criatividade dos professores que tudo improvisavam: cenários com caixas de sapato, caixotes de geladeira e fogão, etc. As meninas eram estimuladas a ajudar as mães nas tarefas domésticas e por isso havia a casa de bonecas com quase todo o mobiliário em miniatura. De acordo com a D. Lúcia Melo, “Até o fogãozinho para orientar a criança no dia-a-dia junto às mães”.
D. Lúcia também afirma que: “a educação física era por meio de historinhas dramatizadas. Eu contava e dramatizava aquela história, se era a história do Chapeuzinho vermelho, uma criança saía de Chapeuzinho, outra de vozinha, outra de Lobo mal, era muito significante. Assim as demais histórias, os Três porquinhos, o papel de Emília do Sitio do Pica-Pau”.
O Jardim era muito bem cuidado. Havia canteiros de flores espalhados por toda a área livre do prédio e as crianças estimuladas a zelar por elas. Logo nos primeiros anos de funcionamento, havia um aquário e até pequenos animais eram criados no fundo do quintal.
As crianças eram orientadas para o cuidado e estimuladas para o carinho e o afeto com os animais. Diariamente colocavam comida no aquário e visitavam os bichos nas suas casinhas.
A professora de piano tinha a função de acompanhar as atividades de canto e de educação física. As crianças se reuniam em círculo, “rodinha”, e ali se fazia dramatizações e declamações quase sempre acompanhadas por músicas ao piano. Estimular a formação de bandinhas rítmicas por músicas ao piano. Estimular a formação de bandinhas rítmicas era função primordial. Nesse sentido, até, pelo menos final dos anos 50 não se utilizavam instrumentos musicais improvisados, feitos com material de sucata, como nos dias atuais.
Todas as crianças, ao entrarem no prédio, iam para o pátio coberto. Lá cada uma entrava na fila da sua sala e, sob o comando da professora, cantavam a canção do “Bom –dia”. Cantando, dirigiam-se em fila para as salas, turma por turma. O canto era acompanhado pelo piano. A educação musical era levada muita a sério na educação escolar brasileira, desde o jardim de infância. No ensino primário e secundário havia disciplina “Canto Orfeônico” que persistiu até a década de 70 em várias das “boas” escolas públicas e particulares do Brasil.
As crianças usavam os tradicionais cadernos de colorir: de um lado uma paisagem colorida e do outro a mesma paisagem sem cores para que a criança utilizasse os lápis de modo correto – exatamente igual à paisagem colorida. Outras vezes a própria professora desenhava algum objeto ou paisagem e o aluno coloria – algumas professoras eram exigentes quanto à fidelidade das cores ao objeto retratado. Haviam também os chamados “desenhos – surpresa” – algum decalque era colocado debaixo da folha de papel a ser pintada pelo aluno – a surpresa ia aparecendo à medida que a criança coloria o papel.
Na faixa etária de 6 anos, as crianças trabalhavam com exercícios de caligrafia. As professoras tracejavam as letras e pequenas palavras para que os alunos cobrissem; eram os famosos “exercícios de cobrir”.As crianças tinham que aprender seus nomes, por isso as crianças tinham seus nomes em improvisados em papelotes e crachás fixados num flanelógrafo e eram incentivadas a primeiro cobri-los e depois escrevê–los sozinhos.
O cotidiano do Jardim de Infância era muito organizado, dentro de todos os padrões tradicionais de um jardim de infância modelo.Havia um cronograma semanal de atividades. Em cada semana, em cada horário se sabia o que seria feito.A hora da história, do drama, da colagem, do recorte, da pintura, do passeio, etc. As professoras se reuniam com freqüência para que tudo pudesse ser organizado, planejado, com muito cuidado e antecedência, controlado pela diretora.

A EDUCAÇÃO INFANTIL NO BRASIL: ALGUNS ASPECTOS

Os períodos de 1920 e 1930 foram momentos importantes para as questões educacionais no Brasil. Os ideais “escolanovistas” trouxeram um novo prisma para as mudanças na educação, trazendo uma nova perspectiva que impulsionava as relações escolares.

O aluno assumia soberanamente o centro dos processos de aquisição do conhecimento escolar. A psicologia experimental dava suporte à cientificidade da pedagogia e produzia no discurso da escolarização de massas populares o efeito da individuação da criança (a criança no centro das relações de aprendizagem). Como afirma Vidal, a escola renovada pretendia a incorporação de toda a população infantil. (VIDAL, 2000, p.498)

No Brasil, o atendimento pré-escolar passou a contar com a participação do setor público a partir de 1930, com a melhoria das instituições que atendiam a infância: vinculados a diferentes ministérios, que passam a desenvolver trabalhos de caráter médico, assistencial, psicológico com objetivos de uma assistência médico-higienista.
O manifesto dos Pioneiros da Educação Nova (1932), que teve no Brasil como principais representantes Fernando de Azevedo, Anísio Teixeira e Lourenço Filho, foi inspirado no movimento escolanovista americano e no modelo pedagógico adotado por John Dewey, e foi o principal impulsionador das reformas adotadas a partir dos anos de 1930.
Com esse propósito, ampliam-se as discussões acerca da educação para a infância. Os anos de 1930 foram períodos de transição nos métodos de ensino e nas concepções que perpassam no atendimento educacional a crianças. As escolas maternais, as creches e os jardins de infância provocaram novos olhares para a educação infantil, e a quantidade dessas instituições aumentava, enquanto a criança era vista como motivo de interesse especulativo e de assistência social.
Com a renovação dos métodos de ensino, a preocupação com a estrutura e a organização das instituições educativas, como também a formação de professores, representava os principais motivos para as novas iniciativas diante da educação nacional. Para atingir as expectativas nas inovações da educação brasileira era preciso adequar e melhorar as práticas e políticas educacionais do país.

São Paulo, por exemplo, na década de 1930 era considerado centro de referência dos estudos e das práticas educativas, as quais passaram a ser expandidas no Brasil. Impressionava os demais Estados com a reforma do ensino implementada sob a liderança do Professor Lourenço Filho. (NASCIMENTO, 2003, p. 149-156).

A consolidação dos jardins de infância no Brasil passa por motivações significativas na História da Educação brasileira. As transformações ocorridas na educação e na sociedade neste período traziam, sobretudo, novas idéias de formação e de uma nova organização social, reproduzindo valores emergentes com os ideais da República.
Neste entendimento, a sociedade republicana, passou a adquirir novos padrões de vida. A urbanização e a industrialização contribuíram de maneira significativa para um crescimento e mudanças de valores. Nesse sentido, à nova organização social, surgiam as discussões sobre a valorização da infância como uma fase em que a criança desenvolve as suas potencialidades. Era a escola o espaço de desenvolvimento das habilidades infantis, asseguradas através das práticas no ensino primário ou pré-primário. Assim, o ideal republicano, que visava à modernização e reorganização do país, passou a preocupar-se com o ensino, atribuindo a este caráter de importância na formação social e educativa da população.
Evoca-se, portanto, a importância da família, da sociedade como elementos do sistema de educação não – formal que constituem o meio social, onde o ser humano é formado. Nesse empenho normalizador, a família continuou sendo alvo privilegiado, pois sabia-se que nada poderia ser feito com a criança na escola se não houvesse receptividade aos procedimentos pedagógicos no ambiente doméstico. A família deveria se adequar ou ser adequada, nos princípios ditados pelo discurso educacional renovador.
Sendo assim, toda a discussão em torno da educação pré-escolar, desempenhada no jardim de infância, de um modo geral, seriam: preparar a criança de 4 a 7 anos de idade para o ingresso na “Escola Primária”, compensar e suprir as carências, as deficiências culturais, lingüísticas e afetivas das crianças provenientes das camadas populares; desenvolver a sociabilidade através do contato entre crianças, promovendo o desaparecimento das tendências egocêntricas presentes na idade infantil.

Ao se enfatizar o papel das instituições educacionais, incluindo os jardins de infância como espaços de formação do indivíduo para o convívio social, importa elucidar que os aspectos presentes nos objetivos desta formação constituem a transmissão de valores sociais, enquadrados na prática do jardim de infância, o qual tem por finalidade educar crianças de três a seis anos de idade, aprofundar as aptidões, modificando a índole, formando o caráter, despertando e auxiliando o desenvolvimento das faculdades físicas, morais e intelectuais. (MONARCHA, 2001, p.74)

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No final da década de 70, a LBA criou o Projeto Casulo, implantando unidades de atendimento infantil por todo o território nacional. Pretendia “prestar assistência ao menor de zero a seis anos, de modo a prevenir sua marginalidade” (KRAMER, 1987, p.67-68)
O Projeto Casulo possibilitou ao município ampliar o atendimento infantil efetivando mais convênios e aproveitando espaços ociosos existentes nas comunidades (salas de associação de moradores, clubes esportivos igrejas, etc). A partir daí a política e local de educação infantil encaminhou-se na direção de pulverizar o atendimento em classes inseridas na escola de 1º grau. Essa diretriz reduziu os gastos no ensino pré-escolar propiciando uma maior e mais rápida democratização do acesso.
Com a inauguração do Centro Municipal de assistência à Criança, as famílias do bairro Siqueira Campos, antigo bairro Aribé, passaram a contar com uma instituição de educação de qualidade, com um atendimento escolar, médico, odontológico. O referido Jardim de Infância ficou conhecido como o “Jardim Operário”, pois atenderia também aos filhos dos operários daquele bairro.
A presença de Malba Tahan em Aracaju, em 1959, ministrando o curso “A arte de contar histórias”, junto às professoras municipais e estaduais, contribuiu de maneira significativa, para uma reflexão acerca dos ideais educacionais vigentes na época. Malba Tahan não foi apenas um homem intuitivo, suas idéias estão sistematizadas e justificadas em livros como Didática da Matemática, publicado em 1961. Ao recomendar o uso de jogos na matemática, ele tinha consciência de que é uma estratégia eficaz para entender conceitos de número e operações - além de educar a atenção, despertar interesse por mais conhecimento e contribuir para o espírito de grupo. As professoras através de suas exposições puderam vislumbrar um curso diferenciado da prática pedagógica vigente, com o então famoso professor de matemática Julio César de Mello.
Os jogos e os contos de Malba Tahan voltam-se para o aprendizado moral, hoje valorizado pelas propostas educacionais, aplicadas na educação brasileira.
O Jardim de Infância “José Garcez Vieira, continuou como única instituição dessa modalidade de ensino na rede municipal. Ali não se implantaram as classes de maternal como propuseram as educadoras. O Parque Infantil, construído num terreno situado entre o Jardim de Infância e o Ginásio Presidente Vargas na Praça Dom José Thomaz, foi denominado “Carlos Werneck” em homenagem póstuma ao garoto assassinado por “Laconga” –crime que chocou a opinião publica sergipana no inicio dos anos de 1960.
O Jardim representou o pioneirismo na educação infantil municipal em Aracaju, no sentido de socialização, formação psicológica, moral e cívica, sobretudo no que concerne à preparação para a instrução primária.
Na administração do prefeito José Conrado de Araújo. (1959 - 1963), em homenagem ao ex. prefeito José Garcez Vieira, o jardim passou a denominar-se Jardim de Infância José Garcez Vieira. Uma justa homenagem àquele que saía do centro da cidade montado num burro, a fim de acompanhar e fiscalizar a construção da obra que atenderia as crianças do antigo bairro Aribé.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ARIÈS, Philippe. História da Criança e da Família. 2ª ed. Rio de Janeiro: LTC, 1981.

CRUZ, Andreza Santos. “Companhia de aprendizes marinheiros em Sergipe (1868-1885)”: política de amparo aos órfãos de cuidados e de fortunas no século XIX. In: Anais A Historiografia de Maria Thetis Nunes. 2004. VII Semana de História/ UFS: Sergipe: São Cristóvão. P.65.

DANTAS. Ibarê. 2004. História de Sergipe: República (1989-2000). Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro.
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FONTES

Jornal
SERGIPE JORNAL - nº 10.969, 11 de novembro de 1944.


ENTREVISTAS

MELO, Lúcia. (professora desde 1946 e diretora em 1956 e de 59 a 73) entrevista concedida à autora, 11 de maio de 2004.

SILVA, Maria Lygia Maynard Garcez. (filha do ex. p refeito José Garcez Vieira) entrevista concedida à autora, 9 de julho de 2004.

OUTRAS FONTES:

www.champ.pucrs.br

www.revistaescola.abril.com.br

www.matematicahoje.com.br

institutomalbatahan@terra.com.br

DOCUMENTOS

DECRETO – LEI nº 75 de 21 de março de 1945. Este decreto instituiu o centro municipal de Assistência à Infância do qual o jardim, inaugurado em 10 de novembro de 1944, fazia parte.

DECRETO - LEI n º 15 de 24.03.45 designa a Comissão Julgadora.

DECRETO - LEI nº 17 de 10 04.45 e o DECRETO - LEI nº 39 de 30.07.45 nomeiam sete professoras de classe e uma professora recreadora.

Quadro Demonstrativo dos Grupos Escolares, Escolas Reunidas Escolas Isoladas, Estaduais, Municipais e
Particulares e Nomes dos Respectivos Professores. Governo de Sergipe. Departamento de Educação. Imprensa Oficial. Aracaju, abril, 1941.

 
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