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ASSEMBLÉIA
DE CLASSE, UM PROCESSO EM CONSTRUÇÃO
Maristela
Marçal;
Andréa Fernandes de Sá;
Clarice Jaeger Área;
Edna Scola Klein;
Maria Ângela de Melo Pinheiro;
Silvana Aparecida Vilela;
Adriana Stella Pierini;
Ana Maria Falcão de Aragão Sadalla;
Guilherme do Val Toledo Prado.
EMEF Padre Francisco Silva – Secretaria Municipal de Educação
de Campinas – Naed Noroeste/ UNICAMP – Faculdade de Educação/
apoio FAPESP.
Este texto
foi elaborado para contar a proposta de trabalho com as Assembléias
de classes, desde a sua organização, implantação
e o seu desenvolvimento. Fomos inserindo falas dos alunos, professores
e autores, comentando os procedimentos, as formas de encaminhamentos,
algumas considerações e as atitudes que foram surgindo no
processo, como uma forma de reflexão do que se planejou, do que
se avaliou.
A proposta da Assembléia de classe surgiu a partir da necessidade
da Escola de solucionar alguns problemas do cotidiano e reafirmar os princípios
do Projeto Político Pedagógico, que tem como eixo norteador
o tema “Cultura de Paz”. Na busca de criar condições
para que os alunos posicionem-se de modo crítico, utilizando o
diálogo como forma de mediar conflitos nas relações
interpessoais entre alunos, professores, funcionários e gestão
escolar e a falta de interesse de alguns alunos. Tomar decisões
coletivas frente aos problemas abordados, iniciando-se um processo de
conscientização no reconhecimento das diferenças
existentes na comunidade. Tendo em vista que essa experiência sirva
a novos aprendizados.
Alguns autores nos auxiliam a discutir a realização da Assembléia,
contribuindo com a análise teórica:
“A
assembléia pode destacar-se como um espaço propício
para trabalhar capacidades como: colocar-se no lugar do outro e imaginar
como deve se sentir, expressar as próprias opiniões de maneira
respeitosa e compará-las com as de colegas, entender quais situações
são problemáticas e comprometer-se com sua melhora e argumentar
com lógica para defender uma posição pessoal(...)
Trabalha também, em relação à formação
de atitudes, os valores de solidariedade, igualdade, respeito às
diferenças, amizade, confiança e responsabilidade”.
Puig, (2000, p. 119).
A opinião
do aluno:
“Apesar
de aparentar que eu não presto atenção, eu ouço
e vejo que graças à assembléia muita coisa mudou
para melhor. (...) Mas apesar disso ainda existem alunos que vão
à escola para brincar ao invés de aprender, ou para sujar,
pois não vêem que a escola é de todos.” ( 2005,
7ª B).
Nós
tivemos há algum tempo, contato com relatos de experiências
de outras unidades que utilizaram esta dinâmica objetivando aumentar
a participação dos alunos e docentes na solução
de problemas cotidianos (Escola Curumim, 2003) e em parceria com Universidade
(Faculdade de Educação da UNICAMP) e com apoio da FAPESP,
elaboramos o Projeto Escola Singular: ações plurais, que
nos possibilitou um novo momento de trabalho, com orientação
para pesquisas, estudos e descobertas.
Em nossas reuniões pedagógicas, a equipe de professores
vivenciou e estudou o que seria uma assembléia, e utilizamos os
conceitos descritos por Puig et all (2000) tanto para a organização
como para discutir as expectativas que o trabalho suscitava. A melhoria
de convivência era um dos objetivos, mas também tínhamos
dúvidas e algumas dificuldades para se iniciar a dinâmica
com os alunos.
Chegamos ao consenso para a realização do trabalho, resumido
nos pontos relacionados a seguir:
• Destinar
um tempo semanal para este tipo de reunião, e instituí-la
como algo habitual na escola;
• Os docentes, de 5ª a 8ª séries, ficariam em duplas
por sala com o estabelecimento da participação dos alunos
na organização das reuniões. De 1ªa 4ª
séries os próprios professores da sala organizariam;
• Aulas duplas ou triplas para se ter um tempo hábil para
as discussões;
• Permanência da dupla de docentes nas assembléias,
no primeiro momento para se manter o vínculo entre os participantes
e a continuidade das discussões;
• Em alguns casos, era necessária a presença de um
professor observador para podermos ter outro olhar sobre as reuniões;
Como nos
aponta Puig (2000)
No Ensino
Fundamental, especialmente, o educador ou a educadora não pode
delegar todas as funções de coordenação e
moderação de assembléias aos estudantes e simplesmente
se limitar a atuar como “mais um membro do grupo”. Ao contrário,
será a principal pessoa do grupo a impulsionar o desenvolvimento,
a quem corresponde intervir ajudando, esclarecendo ou explicando, apresentando
procedimentos que dêem agilidade ao diálogo. Para isso, necessitará
ter uma certa flexibilidade para intervir nos momentos oportunos, sem
necessidade de esperar sua vez de falar” (Puig, 2000. p.123).
No primeiro contato com os alunos, fizemos a apresentação
de um painel que foi confeccionado com quatro bolsinhos com as indicações:
EU ELOGIO, EU CRITICO, EU PROPONHO e EU QUERO SABER. Durante os dias que
antecederam a assembléia, os alunos deixaram seus recados nos respectivos
bolsinhos, tendo sido orientados para que nos bilhetes de elogios e críticas
não citassem nomes, pois deveriam ser focadas as atitudes e não
pessoas a que se refeririam.
“Mas
de vez em quando tem pessoas que ficam pondo recadinho para ler na assembléia,
a assembléia é espaço para os problemas da escola,
não para os problemas pessoais. Mas por outro lado é bom,
assim nós discutimos nossos conflitos e tentamos melhorar nosso
comportamento e os problemas em geral.” (2005 ,7ªB)
A primeira
assembléia aconteceu na primeira semana após as explicações.
Organização das salas de aula:
• Ao entrarmos na sala perguntamos qual seria a melhor forma de
nos organizarmos para iniciar a assembléia. Na maioria das salas,
os alunos sugeriram se sentarem em círculo, pois todos poderiam
ouvir e participar de forma mais adequada. Algumas turmas das séries
iniciais tiveram a disposição espacial diversificada com
círculos, semicírculos, grupos e alguns mantiveram as carteiras
em fileiras. Puig (2000), p. 118, destaca que “ esta forma de distribuição
do espaço (círculo), favorece que todos se vejam e possam
conversar comodamente.”
• Relator e redator - os alunos escolheram um colega que desempenhou
o papel de relator e anotador dos bilhetes lidos, que registrou a pauta
levantada e os encaminhamentos. Estas anotações estão
sendo guardadas em uma pasta específica de cada sala de aula, em
uma estante na sala dos professores. Nas 1ª séries num primeiro
momento as professoras atuaram como redatoras.
• Em algumas salas, um aluno organizou a fala dos colegas fazendo
inscrição de nomes. Em outras salas foi utilizado um estojo
(como bastão) como permissão para a fala.
“Na
minha opinião, está sendo um projeto muito bom para nossa
escola, desde o momento em que formamos um círculo, pois ali já
há um contato entre os alunos. (...) É um projeto organizado,
pois tem a ata para tudo o que for falado ser registrado, também
tem inscrições para que na hora de falar não vire
aquela bagunça. (...) Mas o assunto não fica só nas
regras da escola, discutimos também sobre o comportamento dos alunos
e professores para que assim entremos em um acordo e possamos ter uma
aula boa e tranqüila.” ( 2005, 7ªB)
Após
a organização da sala, iniciamos a leitura dos bilhetes,
leitura esta realizadas pelos professores. Nas assembléias seguintes,
em algumas salas os alunos decidiram lê-los e a participarem mais
da organização. Após a leitura de todos, anotamos
(professores e alunos) a pauta da discussão na lousa. Era nesse
momento que os alunos defendiam, criticavam e debatiam suas opiniões.
Após a discussão de cada item da pauta, foram feitos os
encaminhamentos para a possível solução junto à
equipe de gestão (quando o tema era da alçada mais administrativa)
ou em casos de conflitos ou atitudes inadequadas entre os alunos, conversamos
na própria sala. Em relação a conflitos com professores
e alunos, em algumas reuniões pedagógicas foram colocadas
estas críticas. Em uma outra situação, a classe conversou
com o professor, com a presença da Orientadora Pedagógica.
As assembléias
são realizadas a cada quinze dias com os mesmos professores por
turma.
“A
assembléia de classe é um projeto muito interessante, pois
discutimos os assuntos de classe, discutimos assuntos importantes e através
desses debates até podemos resolver, ou seja, melhorar algumas
coisas colocadas em discussão. (...) também incentiva os
alunos da classe a participar mais da aula.” (2005, 7ª B)
“...
através dela podemos resolver problemas que ocorrem na escola,
elogiar atos e pessoas como professores e alunos, criticar algo que não
nos agradou na escola e propor também sugestões a respeito
do que gostaríamos que a escola fizesse. (....) assim, através
do processo democrático estamos adotando novos projetos para o
bem estar dos alunos e para melhorar a escola.”
(2005, 7ª B)
Relato de uma docente que coordenou a realização de uma
assembléia de classe:
Um dos temas levantados por essa classe foi o mapa de sala. Quando se
tem uma sala muito falante e de difícil disciplina, os professores
têm o hábito fazer o mapa separando alunos e alunas que formam
as conhecidas “panelinhas”. Por coincidência ou não,
em uma aula que antecedeu a assembléia, eu elaborei o mapa e mudei
todos de lugar. Da forma autoritária como sempre fiz. Eles não
ficaram muito felizes, mas obedeceram. E foi o primeiro tema da assembléia.
Tivemos um debate muito interessante e eles se comprometeram a escolher
novos lugares na sala e a se comportar melhor durante as aulas. Internamente
fiquei super feliz, achando que tudo daria certo, e tudo se resolveria
e que a assembléia já estava dando resultados. Nisto uma
das alunas levantou a questão: E se alguém não respeitar
o acordo? Conversamos novamente, responderam alguns alunos.
Uma semana se passou e vários professores começaram a falar
que os alunos não estavam cumprindo o acordo. Voltei a conversar
em uma aula minha sobre o tema e que discutiríamos na próxima
assembléia. Assim ocorreu. Muita discussão, conflitos, troca
de acusações, mas chegamos a um acordo que algo teria que
ser mudado. Assim surgiram três propostas que foram votadas:
1 Continuar como estava e se comprometer de verdade a se comporta;
2 Pedir para um professor fazer um mapa novamente;
3 Fazer um mapa conjuntamente com alunos e um professor;
Esta última foi a que venceu e escolheram o professor de Matemática
para realizar o processo.Neste instante eu interferi e coloquei que achava
que eles haviam retrocedido, pois da primeira proposta para esta, novamente
eles estavam pedindo a tutoria de um professor. Após este ocorrido,
em outras aulas e por algum tempo nos sentimos fracassados, e os alunos
verbalizaram isto. Ponderei como é difícil uma mudança
de atitude e que precisamos aprender a viver em sociedade. E que só
o tempo poderia nos ensinar.
Uma outra questão que também mobilizou muito os alunos é
o comportamento inadequado de alguns colegas, e mais fortemente, um que
entrou na escola neste ano. Ele foi muito criticado nos bilhetes (EU CRITICO)
e uma das sugestões era expulsá-lo da escola ou mudá-lo
de classe. A cada crítica, ele se defendia, e nós (eu ou
um aluno) pedíamos que não se defendesse, mas apenas ouvisse.
Após a assembléia, conversei com o aluno e pedi que ele
pensasse em tudo que havia ouvido e que se comportasse de forma a fazer
amigos e não a afastá-los. Porém, os alunos de forma
geral diziam que ele não se comportava de forma diferente. Novamente
a sensação de fracasso. É difícil mudar o
padrão de comportamento aprendido, como diz Puig (2000, p. 167-168):
“Pôr
em práticas acordos pactuados nas assembléias, realizar
projetos de atividade e cumprir regras assumidas pelo grupo-classe são
as maiores dificuldades enfrentadas por alunos e alunas. Uma das situações
mais desesperadoras aos olhos de educadores e educadoras é que
alguns dos membros ou até todo o grupo-classe não cheguem
a cumprir nunca ou quase nunca os seus compromissos. Para todos há
uma sensação de fracasso, que freqüentemente leva a
considerar as assembléias como perda de tempo.... Porém
o simples fato de reunir a todos para dialogar sobre o funcionamento do
grupo-classe já é um meio de formação.”
Segundo o
mesmo autor, o que pode dificultar os acordos :
“Falta
de clareza nos acordos ou o conhecimento insuficiente que deles têm
os membros do grupo-classe... Acordos confusos dificilmente poderão
ser cumpridos... Acordos não são facilmente aplicáveis,
porque é complicado saber o que fazer para cumpri-los. Por exemplo
‘comportar-se bem na sala de aula’ não esclarece como
o propósito pode converter-se em comportamentos concreto...”.
(168-169).
Penso que
em alguns casos, a falta de maturidade do grupo em assumir novas posturas
e não se sentir ridicularizado pelos colegas pode fazer com que
não mudem. Mudar a forma de se colocar no mundo depende de um tempo
e de segurança. A dependência de uma autoridade que lhe diga
o limite também se faz necessária em algumas ocasiões
ou é apenas um costume, um hábito, em outras o esquecimento
dos acordos. Segundo Puig, os grupos somente chegam a se sentir obrigados
pelas regras e acordos depois de um longo período de desenvolvimento
do sentido de autodisciplina. (2000,169)
Analisando estes e outros acontecimentos ocorridos no processo do desenvolvimento
de assembléias de classe, o que justifica, na realidade, esta dinâmica
é o diálogo que se estabelece entre os educandos, destes
com o educador, e de todos com a vida escolar. Faço minhas as palavras
abaixo de Puig (2000, p.147):
“Por
isso é que definimos assembléia como o momento institucional
destinado à fala conjunta: diálogo. O diálogo pode
ser considerado tanto como um fim em si mesmo, como um meio para se chegar
a outras finalidades... Ademais, o diálogo é também
um meio que facilita a compreensão do entorno pessoal e social
e a elaboração de regras de convivência e planos de
trabalho e, finalmente um meio que provoca um compromisso ativo com respeito
a tudo o que se combina coletivamente. Quem participa de maneira ativa
e livre das decisões sente-se obrigado a cumprir o que foi combinado.”
Estamos convencidos
de que o diálogo é o verdadeiro motor das assembléias,
o meio pelo qual abordam-se e solucionam-se as questões propostas
e também o canal pelo qual transitam as trocas de conteúdos
de valor nas assembléias, e eu os jovens e as jovens acabam adquirindo.
Durante
as Assembléias fomos percebendo e refletindo sobre alguns aspectos
acerca da organização, dados das pautas e dinâmica
dos grupos, apontadas a seguir:
- a disciplina na hora de falar - os alunos têm dificuldade em falar
um de cada vez. Eles se alteram, se emocionam, se justificam quando são
acusados e ao mesmo tempo ficam cobrando um dos outros a vez de falar.
Em uma das turmas, alguns gritavam para indicar quem estava com a palavra
(estojo).
- os temas levantados no painel - variam desde atitudes indesejadas entre
os alunos (desrespeito, brigas, mal entendidos), dos professores com alunos
(formas de falar), da direção com os alunos; problemas com
estrutura da escola (exemplo - recreio), entre outros.
- alguns não acreditam na assembléia – alguns alunos
e professores parecem demonstrar que apenas o fato de conversar sobre
os problemas eles se resolverão por si. Temos que pensar que cada
um é responsável pelas soluções, coletiva
e com compromisso. Em alguns momentos, também os professores se
sentiram inseguros em relação aos resultados.
“Não
está adiantando nada. A classe continua conversando muito.”
(Docente).
“Vocês
combinaram e não cumpriram.” (Professora referindo-se ao
comportamento e mapa de classe em uma turma)
“Eu
acho as assembléias de classe uma perda de tempo, pois as pautas
levantadas são pouco discutidas e no final não há
nada resolvido”. 2005 – 7ªA
“Achamos
a assembléia chata, nós sabemos que é para o nosso
bem, que é para melhorar a escola, tudo e tal, mas é muito
chata”. 2005– 7ªA
“Eu
acho muito bom que tenha assembléia porque assim a gente pode tentar
resolver os problemas da classe e da escola. A única coisa que
eu acho ruim é que a gente perde 3aulas de Matemática que,
para mi,m é uma das matérias mais importantes!! E também
tudo que a gente propõe para a escola não acontece!!!”
2005 – 7ªA
- alguns
querem respostas imediatas
“Nós achamos que a assembléia de classe só
resolve algumas coisas bobas e não o que nós queremos. Mas,
por outro lado, é bom porque debatemos vários problemas
que vem havendo na escola, por exemplo, o futebol e a chance das meninas
jogarem. (2005– 7ªA)- Referente ao horário do intervalo.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS:
Os encontros analisados são dos meses de abril a julho, todas as
turmas realizaram de uma a quatro assembléias. No geral as pautas
apresentaram questionamentos e posicionamentos bem próximos. Os
elogios mostram-se em menor número, há muitas propostas.
Deve-se realçar que há uma diferença nas participações
das turmas neste processo, destaca-se o envolvimento das 7ª séries
num posicionamento mais maduro, fato observado durante as assembléias,
no conteúdo das pautas elaboradas e nos encaminhamentos. Podemos
destacar os alguns aspectos mais evidenciados em cada item da dinâmica
(EU ELOGIO - CRITICO - PROPONHO. QUERO SABER. ENCAMINHAMENTOS).
No EU ELOGIO, EU CRITICO são destacados aspectos próximos
das RELAÇÕES INTERPESSOAIS, ORGANIZAÇÃO da
ESCOLA, por exemplo, referências a horários, questões
burocráticas, já quanto as AULAS: dinâmica delas,
estratégias utilizadas, uso de recursos técnicos.
Em EU PROPONHO as indicações são: ESTRUTURAL (Físico)
neste aspecto há uma ênfase a necessidade de cobertura da
quadra, ORGANIZAÇÃO ESCOLA, por exemplo, como o aumento
no tempo do intervalo, fato já realizado, REFERENTE A AULA e nas
RELAÇÕES INTERPESSOAIS
EU QUERO SABER são todas as necessidades abordadas anteriormente
e principalmente os ENCAMINHAMENTOS que foram discutidos. Alguns deles
já foram respondidos e sugestões realizadas, como o tempo
de intervalo, mapa de sala, aspectos relacionados a alguns professores
e áreas mencionadas. O coordenador da assembléia orienta
e esclarece alguns pontos quando se sente em condição, caso
contrário são realizados encaminhamentos aos responsáveis.
Isto acontece algumas vezes através dos alunos representantes de
classe que enviam e obtêm as respostas solicitadas junto à
equipe de gestão, principalmente assuntos específicos da
escola em geral.
Nas assembléias de 1ª a 4ª séries o trabalho com
a classe, também, é um momento em que a sala de aula passa
a ser um lugar privilegiado para o desenvolvimento dos valores, como o
respeito, justiça, solidariedade etc. Nessa ocasião é
que todos esses valores são trabalhados de modo prático,
utilizando-se dos conflitos surgidos.
As Assembléias de classe das séries iniciais estão
no começo da caminhada, muitas vezes os professores optaram em
realizar mini-assembléias, incorporando aos poucos as características
de uma assembléia. É um momento tranqüilo em razão
dos alunos estarem afetivamente mais ligados a suas professoras. As Assembléias
acabam por tornar o ensino-aprendizado mais significativo e os alunos
percebem e passam aceitar as diferenças, o que contribui na formação
de sua identidade.
As pautas das 1ª, 2ª e 3ª séries se apresentaram
mais voltadas para o lado pessoal e não o coletivo da sala, ficaram
mais relacionadas aos aspectos EU ELOGIO e EU CRITICO. Nas 4ª séries
foram usados os painéis e em todos os aspectos foram apresentados
escritos, selecionados alguns tópicos, discutidos, votados e realizados
o devidos encaminhamentos.
A seguir algumas opiniões de professoras sobre as assembléias.
“
Por iniciarmos essa prática já com os pequenos a tendência
é que com o tempo, nas outras séries esses já terão
boa desenvoltura para a realização.” ( 1ª série).
“A
assembléia de classe é uma excelente oportunidade para que
os alunos exercitem e vivenciem a democracia, pois é nesta hora
que devem ouvir e se fazer ouvir por todos.” (1ª série)
“É
um momento onde os alunos podem observar mais o que acontece em sua sala
de aula e fora dela, a questionar, refletir e dar suas opiniões.”
( 3 ª série).
Acreditamos
que, a todos da comunidade escolar, a vivência na realização
das assembléias proporcionaram mais um espaço e tempo de
um trabalho construído coletivamente, direcionada a experiência
democrática e cidadã. Procedimento que estabelece uma maior
proximidade entre as pessoas nos vínculos, nas interações,
nas conquistas ou nos conflitos. Uma Escola que privilegia as dimensões
humana do saber , do sentir e do conviver.
REFERÊNCIAS
PUIG, J.M.,
MARTÍN, X., ESCARDÍBUL, S., NOVELLA, A.M. (2000). DEMOCRACIA
E PARTICIPAÇÃO
ESCOLAR – PROPOSTAS DE ATIVIDADES. São Paulo: Moderna. |
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