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DA BIBLIOTECA À TV DIGITAL INTERATIVA CONVERGÊNCIA ENTRE MÍDIAS NO ESPAÇO EDUCACIONAL

Gildenir Carolino Santos - UNICAMP – Faculdade de Educação - Laboratório de Novas Tecnologias Aplicadas à Educação

INTRODUÇÃO

O avanço rápido das tecnologias de comunicação trouxe significativas contribuições para o progresso da cultura e da ciência, principalmente quando possibilita, através de suas ferramentas, o suporte tecnológico para congregar e difundir conhecimento.

Ao longo dos tempos a informação, apesar de ser considerada um requisito necessário para a pesquisa empresarial e institucional, seja ela para criação ou desenvolvimento de novos paradigmas e serviços, não foi devidamente valorizada, sendo relegada a segundo tempo.

Com o advento da Internet e conseqüentemente da globalização a informação toma seu lugar de destaque, sendo novamente a tônica de discussão na sociedade, passando de insumo para ser atualmente considerada consumo, ou seja, passa a ter valores sociais como força política transformando essa nova era em “Sociedade da Informação”.

É neste contexto, que o mundo das telecomunicações vai deixando de ser privilégio apenas dos engenheiros ao incorporar a programação da televisão, mas sim um campo multidisciplinar com a participação de educadores, bibliotecários e outros profissionais.

O momento é de se pensar a convergência da TV e telecomunicações, corporificado na expressão Tv Digital Interativa (TvDi), o que englobará outras mídias como o ambiente de sala de aula e a biblioteca digital, no propósito contínuo do ensino-aprendizagem.

Pensar tudo isso separadamente é obsoleto no mundo contemporâneo digital. Neste contexto pretende-se com esse trabalho reunir um aprendizado mais dinâmico, com a busca de fontes de informações eletrônicas interativas baseado na web e TvDi, através de uma interface e design diferenciado da biblioteca numa nova linguagem como instrumento de recuperação e auxilio ao ensino em todas suas formas.

Pretende-se ainda, aplicar a comunicação interativa na Tv Digital (TvD) no que diz respeito à organização metodológica do conteúdo digital disponibilizado na TvDi na biblioteca digital interativa, transformando numa nova mídia para o espaço educacional.

1 EVOLUÇÃO DAS BIBLIOTECAS

A biblioteca originalmente era considerada um grande armazém de memória, um depósito de livros onde os documentos eram coletados, organizados e colocados à disposição de uma elite (SANTOS; ROCHA, 2004).

As primeiras bibliotecas no Brasil datam do século XVI, porém sua organização e administração só tiveram início com a chegada da família real no país, no começo do século XIX, com a fundação da BN denominada Real Bibliotheca (SANTOS; ROCHA, 2004).

Até o início da década de 70 a maior preocupação da biblioteca era o acervo. A partir desse período, a disseminação das informações passou a ser seu objetivo prioritário (MACHADO; NOVAES; SANTOS, 1999).

A história das bibliotecas pode ser dividida em três momentos característicos. No primeiro período temos uma biblioteca tradicional com seu espaço físico bem delimitado, com seus serviços e produtos de forma mecânica. No segundo período a biblioteca utiliza a tecnologia dos computadores nos serviços meios e fins, bem como, acesso aos bancos de dados através de rede de telecomunicações. No terceiro período a biblioteca contemporânea utiliza a informação no suporte digital.

Este desenvolvimento pode ser verificado na Figura 1, expondo a evolução das bibliotecas:

E agora, qual é a biblioteca que pretendemos para o futuro? Como será constituída essa BIBLIOTECA DO FUTURO? Considerando todos os recursos tecnológicos podemos denominar de ERA IV na evolução das bibliotecas.

Cada etapa da evolução da biblioteca é acentuada por características próprias. Verificamos que uma biblioteca constitui um pré-requisito para a concretização da outra. Assim a biblioteca tradicional é um embrião que deu origem às demais, portanto cada biblioteca é marcada pela tecnologia vigente da época, precisamente a trajetória das bibliotecas começa a mudar de acordo com os acontecimentos ocorridos nos últimos tempos com o advento da Internet na década de 90.

2 CONCEITUANDO BIBLIOTECA DIGITAL, TVD E TVDi

Para entendermos melhor do que se trata biblioteca digital, TvD, TvDi, convergência e interatividade é necessário darmos uma breve conceituação sobre cada um deles.
2.1 Biblioteca digital (BD)

A biblioteca como a concebemos tem suas características em seu acervo e na sua coleção, a biblioteca virtual na verdade existe, mas não existe ao mesmo tempo em lugar nenhum, ou seja, um biblioteca sem biblioteca. O digital também existe, onde poderá ser acessado através do virtual (MACHADO; NOVAES; SANTOS, 1999).

Com essa relação do presencial e virtual, concluímos que a biblioteca digital armazena e possibilita o acesso à informação em suporte digital aos usuários independente de tempo e espaço, proporcionando a recuperação do documento primário, em contraposição à biblioteca eletrônica que disponibiliza informações referenciais ou secundárias.

A biblioteca digital tem uma coleção de documentos eminentemente digitais, permite por meio do uso de redes de computadores, compartilhar a informação instantânea e facilmente.

“Um dos principais objetivos das bibliotecas digitais é fazer com que a biblioteca vá até o seu usuário, ao invés deste ter que se deslocar até ela” (FERNANDES et al., 2004).

Atualmente a TV é um meio de divulgação de informação extremamente poderoso. Exatamente da união dessas ferramentas, é que se pretende que surja o interesse de fazer com que a TV seja mais um meio de distribuir conhecimento, facilitando assim a inclusão social de cidadãos das mais diversas localidades (FERNANDES et al., 2004).

2.2 Televisão digital (TvD)

A TV convencional é uma senhora de mais de 50 anos. A passagem do analógico para o digital, já acontece algum tempo, mas o surgimento da TvD surgiu há pouco tempo, especificamente na Europa. A TvD é a tecnologia, é o modo de digitalização do sinal.

Como a mídia tradicional já está marcando presença dentro do universo dos bits, é possível assistir à TV na Internet, ouvir emissoras de rádio, ficar informado por jornais e revistas instantaneamente, tudo pela web. Isto é possível devido às novas tecnologias e softwares que estão sendo desenvolvidos, visando integrar a mídia para dentro do computador.

Em 1997, o mercado mundial foi surpreendido com a decisão da Federal Communications Commission (FCC) ao aprovar a TvD nos Estados Unidos. A chamada High Definition Television (HDTV), ou ainda, TV de alta definição, transformou a maneira do telespectador americano assistir à TV, como também trará imensas transformações para as emissoras de TV. A FCC estima que levará três anos para que as empresas se estruturarem definitivamente para transmitirem somente o sinal digital. Esta mudança está sendo considerada a maior desde a criação da transmissão em cores na década de 50 (NETO, 1998).

A partir dessa estimativa, no Brasil, a média das crianças passarem assistindo TV convencional é de 4 horas por dia, e esse dado será relevante quanto a possibilidade de inclusão digital através da TvD (SANTOS et al., 2005).

O Sistema Brasileiro de Televisão Digital (SBTvD), projeto que visa a integração da TV com interação com a Internet (elemento separado – estudo de trabalho via controle remoto), implantado recentemente pela Fundação CPqD, está investindo na implementação desse projeto para que se efetive no mercado brasileiro.

O serviço é baseado numa plataforma de TvDi, isto é, permite o armazenamento de conteúdo educacional, que possui recebimento do material para uso posterior pelos seus usuários.

A FUNTEL , é uma linha do governo federal para desenvolvimento de produtos e serviços digitais, que também está cooperando com essa implementação em território brasileiro.

2.3 Televisão digital interativa (TvDi)

A TvDi existe a partir da TvD, mas Tv Interativa (Tvi) pode ser analógica, dependendo do conceito que estamos usando. A partir dessa tecnologia que foi possível pensar na Tvi. A tecnologia permite essa interatividade ativa, com a tela diretamente, através do controle remoto (WAISMAN, 2004).

A Tvi é um conceito que integra a televisão convencional com as potencialidades de programas de computador, possibilitando assim ao usuário assistir e ao mesmo tempo interagir com o conteúdo que está sendo apresentado (FERNANDES et al., 2004).

De acordo com Lucena (2005), com a convergência dos meios de comunicação multimídia e a busca do Governo pela democratização da informação, a TvDi parece ser a porta de entrada para os usuários impossibilitados de usufruir as novas tecnologias de acesso à informação, como é bem citado no texto enviado pela FINEP às instituições de pesquisa:
A TV digital oferece para o usuário não apenas melhor qualidade de imagem e som, mas também uma gama de novos serviços e aplicações de entretenimento e de informações. Assim sendo, a adoção da TV Digital no Brasil aliada ao avanço da tecnologia poderá permitir que serviços e aplicações sejam disponibilizados mesmo em localidades remotas, contribuindo para a universalização e democratização de informações e serviços eletrônicos, permitindo a inclusão social de uma parcela maior da população brasileira (FINEP apud JUCÁ ; LUCENA, 2005).

Entre as vantagens da TvDi, temos as seguintes:

• nova plataforma para transmissão de TV (TV Digital Interativa);
• alta qualidade de vídeo, áudio,etc.;
• transmissão simultânea de um número elevado de canais;
• grande quantidade de programas.

3 CONVERGÊNCIA DE MÍDIAS

A convergência de mídias como a TV convencional para a digital se dará gradativamente, o mesmo acontecerá da TvD para a TvDI.

A biblioteca em todas suas etapas também acontece ao longo de seu processo de desenvolvimento da migração do impresso para o digital (convergência de dados para a Internet) agregando valor para a biblioteca tradicional.

Mas, a nova plataforma de formato para o desenvolvimento de conteúdo da Biblioteca Digital, poderá acontecer a partir do momento que for implantada a Biblioteca Digital para a TV Digital Interativa (BD-TvDi), onde o usuário (telespectador) formará o seu acervo digital interativo com os recursos disponibilizados em sintonia com o projeto inicial, ou seja, convergência de computador, Internet e TvD para a TvDi.

4 PANORAMA SOBRE A TVD NO BRASIL

No Brasil cerca de 90% das residências possuem televisores e 3% da população tem acesso à Internet.

No início do ano 2001, foi criado o Sistema Brasileiro de Tv Digital (SBTvD) que visa dar suporte a implantação de Tv D no mercado brasileiro.

O Governo Federal teve grande interesse neste projeto da TvD que tem como parâmetro a convergência do computador e da Internet para a TvD.

A TvD tem mecanismo de interatividade com programas interativos, comércio eletrônico, ensino à distância, dentre outros.

No estado de São Paulo, localizada principalmente na cidade de Campinas, o CPqD Telecom and IT Solutions – inovadora na implementação da TvD no Brasil, mantém projetos de parceira sob a implantação de TvD em escolas com a Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, através do projeto SAPSA – Sistema de Atendimento ao Professor em Sala de Aula. Outras instituições e empresas também estão apostando nessa tecnologia.

5 INSTRUMENTO PARA A INCLUSÃO DIGITAL

Desde sua invenção, a TV convencional é a única que segura o público por 4 horas diária em sua programação.Com o advento da TvD e TvDi a inclusão digital tão esperada pode crescer muito com o impacto e introdução dessa tecnologia no mercado.

Durante palestra através do Fórum Permanente sobre Tecnologia & Conhecimento realizado mensalmente pela Coordenadoria de Relações Internacionais da Universidade Estadual de Campinas, que focava a inclusão digital, o Pró-Reitor da UNICAMP Professor Mohamed Habbib, comentou que dos 90% dos computadores ligados no mundo, 10% no máximo atendem a humanidade.

E desta forma, conforme Carvalho e Alencar (2005), particularmente no Brasil, em que cerca de 90% das residências possui televisores e pouco mais de 12% da população tem acesso à Internet, a televisão digital, por ser a evolução natural da televisão analógica, passa a ser vista pelo governo brasileiro como a ferramenta para proporcionar a inclusão digital da população.

O que se pretende com ações do governo e outras esferas do poder, é superar esta marca, e com a introdução da TvD no mercado, e esta estimativa tende a diminuir, pois como já mencionamos, a média diária de permanência de usuários pela TV convencional, que é de 4 horas.

Neste contexto, o governo federal, por meio da FINEP, está investindo nas pesquisas que conduzem à definição do SBTvD. Um dos campos de pesquisa mais desafiadores diz respeito à definição do canal de retorno (ou de interatividade), conforme já citamos anteriormente. Isto porque o elemento chave para a interatividade nos padrões de TvD é a capacidade dos receptores proverem a comunicação reversa. Os aparelhos de televisão convencional também estão aptos a receber o conteúdo da TvD e fazer a interatividade por meio de um equipamento chamado de set-top Box (CARVALHO; ALENCAR, 2005).

6 PRODUTO PARA O ESPAÇO EDUCACIONAL

A educação para o uso da TvDi encontra sua máxima expressão, quando professores e alunos têm a oportunidade de criar e desenvolver através dos meios suas próprias mensagens.

A TvD abre as portas, de uma maneira especial, para a alfabetização audiovisual permanente, possibilitando e fomentando nos espectadores a capacidade de produzir e analisar suas próprias mensagens.

Utilizando a TV desta forma, estaremos propiciando uma educação que promova uma intervenção social e coletiva crítica imprescindível para uma formação de cidadania.

Educar através da nova televisão, portanto, vai exigir que educadores e comunicadores afrontem três grandes tarefas:

– a compreensão intelectual do meio;
– a crítica de suas mensagens
– a capacitação para utilização livre e criativa (AMARAL; PACATA, 2003).

7 CONCEITO DE PERFIL DO USUÁRIO PARA TVDI

É um conjunto de palavras ou regras que representam os interesses do usuário, por exemplo, ficção, política, esportes, etc.

A coleta do perfil do usuário pode ser :

– Explícita: o perfil é construído diretamente pelo usuário.
– Implícita: o sistema gera o perfil do usuário enquanto o mesmo opera o sistema.

Emergentemente, surgirá um novo tipo de usuário que se utilizará dessa tecnologia: o Usuário-Telespectador.

E entre estes perfis sobre o telespectador poderão surgir os seguintes, conforme a Figura 2 que terão cada um sua característica:

Figura 2 – Perfil do telespectador
8 USABILIDADE PARA TVDI

No uso da TvDi, devemos também analisar a questão da usabilidade, e para isso foi realizada uma busca na literatura que desses conceitos e definições sobre a base da usabilidade no contexto geral.

Segundo Juristo, Windl e Constantine (2001), usabilidade é:

? Quão apto o telespectador está e quanto de ajuda ele necessita;
? Qualidade no uso;
? Usabilidade reflete quão fácil é aprender e usar;
? Praticidade de uso.
? Simplicidade.

Usabilidade é o processo de desenvolvimento que deve começar pelo usuário e por suas necessidades, em vez de começar pela tecnologia.

Na visão de Garcia Filho (2003), a respeito de usabilidade voltado para aplicação em software, espera-se que usabilidade seja a quantificação de facilidade que o usuário tem em relação ao programa.

Garcia Filho (2003) diz ainda que essa relação é medida através das seguintes características:

? a habilidade física e/ou intelectual exigida do usuário para se aprender a operar o sistema;
? o tempo exigido para que esta operação seja eficiente;
? o aumento de produtividade obtido através do tempo;
? a avaliação das atitudes do usuário em relação ao sistema.

Resumindo essas etapas de acordo com Krug (2002), o autor afirma que o usuário ou telespectador quer algo que ele não tenha que pensar.

Essa definição e característica sobre a usabilidade, permitirão que possamos desenhar adequadamente qual será o tipo do instrumento, como o controle remoto, que será usado para zapear na televisão com a integração da biblioteca digital.

Extremamente é viável ter estas características para que possamos definir claramente a usabilidade da biblioteca digital na TvDi no espaço educacional.

A usabilidade já é algo que vem sendo estudo na Europa há mais de 10 anos. Conforme Waisman (2004), aqui no Brasil, ninguém imagina fazer a concepção de um produto sem pensar no usuário, tudo passa pelo ser humano, além é claro de outras coisas, o design do produto tem de ser centrado no usuário.

A intenção não é tornar a TV em um computador e sim trazer alguns recursos computacionais para a Televisão.

Diferente de um computador (PC), teremos apenas um controle remoto para interagirmos com a TV.

O controle remoto será divido em 3 áreas conforme ilustra a Figura 3:


Figura 3 – Controle remoto para TvDi

O controle remoto para a TvDi deve permitir um suporte orientado ao “polegar”. Um contraste em relação aos computadores, onde a estrutura de informações é muito grande e múltiplas seleções podem ser vistas ao mesmo tempo.

Na Figura 4, é ilustrada a usabilidade através do controle remoto como interface entre o telespectador (desenvolvedor) e a TvDi:

Figura 4 – Usabilidade para TvDi
9 DESENVOLVIMENTO DA BIBLIOTECA DIGITAL PARA TVDI

Retornando sobre a biblioteca digital, verifica-se que é necessária uma análise, e também da necessidade de possíveis modelos de sistemas simuladores para a BD-TvDi, conclui-se que deve haver um exaustivo estudo dos requisitos básicos para o planejamento e implementação da construção, de acordo com os seguintes itens:

1) desenvolvimento do conteúdo:
o que deverá ser selecionado e preparado para disponibilização;

2) comportamento e interface adequados do usuário:
o que deve ser verificado sobre o perfil do usuário;

3) arquitetura da informação:
o que deve ser organizado na produção do conteúdo desenvolvido;

4) logística da informação;
o que deve ser estruturado pela arquitetura da informação;

5) usabilidade:
o que deve ser de forma mais simplificada para o zapear do usuário.

Isto deve acontecer com a fusão dos recursos do computador, Internet na Televisão.

Além do mais, um dos principais objetivos da BD-TvDi para a educação é tornar a biblioteca voltada para a melhoria da qualidade das pesquisas no ensino (fundamental, médio ou superior), tornando efetiva a participação dos usuários de forma mais criativa e interativa.

10 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A implementação da TvDi no Brasil, poderá gerar um fator crítico, pois mudar a forma de pensar de uma pessoa pode ser muito mais complexo do que desenvolver aplicações para computadores (PC).

Podemos perceber que o desenvolvimento de aplicações para TvDi deve gerar novas padronizações para o desenvolvimento de software. Assim como tivemos um “choque” com a Internet, teremos um novo paradigma com a TvDi, que se implantada com sucesso no Brasil, indutivamente as pessoas irão se adaptar.

“O ciberespaço e a Tv interativa são realidades que convivem lado a lado, inseparáveis e realidades inevitáveis. O que devemos é preparar-nos para tal mudança, entendendo os processos, criando metodologias” (WAISMAN, 2004).

Com o desenvolvimento da TvD, e por conseqüência, o aprimoramento da Tvi, a biblioteca digital para a Tv pode se tornar cada vez mais próxima do nosso cotidiano.

Entretanto, ainda será necessário implementar uma plataforma para abrigar Bibliotecas Digitais, ou seja, um ambiente cuja usabilidade permita que, no mínimo, um processo de busca eficiente recupere documentos digitais.

A implementação de uma biblioteca digital para a TvD é possível, desde que tenhamos um canal de retorno, pois o acesso a esse tipo de aplicação é, por natureza, interativo. Esse canal de retorno pode ser simples, como uma linha telefônica; ou pode ser sofisticado, como um acesso dedicado à Internet em alta velocidade (FERNANDES et al, 2004).

Os usuários-telespectadores de acordo com seu perfil deverão ter competência e habilidades para poder zapear o controle remoto nesse novo sistema de aprendizagem: a BDTvDi.

O desenvolvimento da BD-TvDi é um fato atual. Essa migração acontecerá nos próximos anos e poderá se tornar numa realidade na Sociedade da Informação, possibilitando assim, a nossa entrada na ERA IV – a era da Biblioteca do Futuro.

REFERÊNCIAS

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